Grupo I - Cães
Pastores e Boiadeiros
Não é difícil imaginar que, ainda em tempos remotos os
pastores sentiram a necessidade de proteger os seus rebanhos, tanto dos ataques
de animais selvagens, quanto do próprio homem, e que pensaram em solucionar
estes problemas recorrendo aos cães, que provavelmente já eram utilizados na
caça e proteção de propriedades.
Era necessário, porém, que estes cães pastores apresentassem
um tipo físico específico. Deveriam ser fortes e velozes, particularmente
resistentes às intempéries e longas caminhadas, e que tivessem uma pelagem
clara, para que pudessem ser facilmente identificados em meio ao rebanho, mesmo
à noite.
A seleção natural e a domesticação produziram esses cães
ainda em tempos antigos, com origem provável no continente asiático, e é
plausível afirmar que os primeiros exemplares tenham chegado a Europa
acompanhando os mercadores fenícios, que usavam esses cães como objeto de troca.
Outras hipóteses propostas são que esses cães teriam seguido
às legiões romanas que voltavam das expedições ao Oriente, ou ainda migrado à
Europa com os Cumanos, povo de origem tártara, que no século XI, vencidos pelos
Mongóis, retirou-se da região da Moldávia até a Hungria.
Graças à excepcional inteligência, vigor físico e notável
resistência, os cães pastores e boiadeiros de hoje exercem ainda inúmeras
outras funções além de suas tarefas tradicionais.
Grupo II - Cães de
Guarda, Trabalho e Utilidade
Apesar de haver um grande número de raças que pertencem a
este grupo canino, pode até mesmo parecer um número pequeno se levarmos em
conta que não existe cão que, por instinto, não vigie a casa ou que não reaja
ao ver o dono sob alguma ameaça.
Na verdade, neste segundo grupo das raças caninas, a
Cinofilia internacional procurou reunir sobretudo aquelas que cumprem
tradicionalmente as funções de cão de guarda e defesa desde tempos distantes, e
também as chamadas raças de utilidade, isto é, os cães trabalhadores, que
exercem com boa aptidão diversas atividades que auxiliam o homem.
Fazem parte deste grupo canino as raças que participam nas
exposições das chamadas "provas de trabalho" e que são classificadas
pelos aspectos físicos e psíquicos requeridos pelos respectivos padrões.
Entre os cães de guarda e de defesa encontramos os cães de
montanha e os mastins, descendentes dos antigos molossos, entre eles os cães de
montanha dos Pirineus, os São Bernardos, os Berneses, os Terranovas entre
tantos outros.
Também fazem parte do grupo dos cães de guarda e trabalho,
as raças germânicas altamente especializadas como o Rottweiler, o Boxer e o
Dobermann.
Grupo III - Cães
Terriers
O termo terrier provém da palavra latina "terra"
que define os cães destinados a caçar em terra, ou seja, na toca.
Embora muito debatida, há muito tempo acreditava-se na
teoria de que todos os terriers tiveram origem na Grã-Bretanha. Hoje,
especialistas inclinam-se a acreditar, que os antepassados da maioria dos
terriers foram levados às ilhas inglesas em épocas anteriores à nossa era.
Embora cães idênticos permanecessem na Europa continental e
em outras partes do mundo, distintas circunstâncias favoreceram a evolução das
variedades estabelecidas na Grã-Bretanha.
Por serem pequenos, resistentes e, portanto, fáceis de se
manter, além de serem úteis nas diversas atividades de caça de toca, os cães
terriers eram, em tempos não tão distantes, criados principalmente por pessoas
de poucos recursos.
Os Terriers modernos são às vezes muito diferentes dos seus
rústicos antepassados.
A popularidade que obteve uma ou outra raça, muitas vezes
não dava tanta importância às suas habilidades como caçadores do que à beleza
da pelagem e demais caprichos da moda, como cor, posição das orelhas e da
cauda, etc.
Apesar destes caprichos humanos, um verdadeiro cão terrier,
de qualquer raça que seja, possui as mesmas qualidades físicas e psíquicas que
os tornaram populares há quase 2 mil anos.
Grupo IV - Cães
Dachshund
O quarto grupo das classificações das raças de cachorros reúne
os três tipos de bassets alemães, conhecidos como "Dachshund" ou
"Teckel". Embora sejam considerados raças independentes, possuem um
único padrão oficial.
Originalmente os Dachshunds são conhecidos como cães de toca
por natureza. Devido ao apurado olfato e seus dotes físicos, desempenham as
funções de caça de toca com extrema aptidão.
Apesar de conhecermos os Dachshunds como afetuosos e
inteligentes cães de companhia, na Alemanha e na Inglaterra, ainda hoje, são
utilizados para caçar animais de toca.
A característica física mais marcante dos Dachshunds, é a
visível desproporção entre o corpo alongado e os membros curtos, típicos dos
bassets alemães. Destacam-se ainda pelo apuradíssimo olfato, que lhes permitem
seguir a mais tênue das pistas.
Grupo V - Spitz e
Cães do Tipo Primitivo
O Spitz e outras raças do grupo 5, conhecidos também como
cães nórdicos ou de cães de tipo primitivo, apresentam mais coisas em comum do
que a região de origem.
A vasta pelagem dupla, as orelhas de forma triangular e o
rabo pontudo, geralmente dobrado acima do dorso são apenas algumas das
similaridades destas raças de cães, que compartilham ainda a aparência e o
comportamento semelhantes aos dos lobos.
Em geral são raças de cães muito resistentes ao frio e a
longas caminhadas, e também muito fortes, como por exemplo o Akita, o Husky
Siberiano e o Malamute do Alaska, capazes de executarem trabalhos de tração,
pastoreio e até guarda e rebanhos.
Estes cães adaptam-se melhor em climas frios, amam a baixa
temperatura e são aptos a se locomoverem com facilidade na neve.
Os cães do quinto grupo das classificações das raças são em
geral muito dóceis, sociáveis e não gostam de viver sozinhos, preferindo sempre
a vida em matilha.
Apesar de inteligentes, são cães considerados independentes
e por vezes um pouco teimosos, mais indicados para proprietários experientes.
Grupo VI - Cães
Sabujos e Farejadores
O sexto grupo das classificações das raças caninas reúne os
sabujos e os cães farejadores. Estes cães apresentam excepcional resistência
física, além de inigualável olfato e capacidade de perseguição.
Mais do que qualquer outro cão, os sabujos conservaram o
instinto para o trabalho coletivo, isto é, em matilha, típico, ainda hoje de
muitos canídeos selvagens.
Enquanto outras raças acenturam a individualidade, muitas vezes
em prezuizo de seus instintos gregários, os sabujos e farejadores manifestaram
específicas condições psíquicas que lhes tornam mais fácil a convivência entre
os seus semelhantes.
Embora estes cães farejadores sejam considerados ainda hoje
especializados nas funções de caça, muitas das raças deste grupo tornaram-se ao
longo do tempo capazes de desempenhar outras funções.
O Bloodhound por exemplo é utilizado com sucesso como cão
policial, enquanto outras raças deste grupo como o Beagle e o Basset Hound são
considerados maravilhosos cães de companhia.
Grupo VII - Cães
Apontadores
Os cães de mostra, ou cães apontadores foram desenvolvidos
com o a intenção de se criar um cão apto a auxiliar o caçador na chamada caça
moderna, ou seja, a atividade de caça com a presença de armas de fogo.
O cão apontador pode ser definido como aquele que é capaz de
mostrar ao caçador quando adverte a presença da presa, isto depois de haver
explorado atentamente o terreno, seja muito extenso ou pouco vasto.
Percebendo a presença da presa, este tipo de cão permanece
imóvel como uma estátua, tencionando cada músculo do corpo, demonstrando sua
total atenção, com a cauda vibrante e apontando com o focinho em direção a
presa.
Dentre as raças mais conhecidas no grupo dos cães
apontadores estão os Setters e os Pointers.
Também bastante difundidas na Europa, estão a raças de cães
como os Bracos e os Perdigueiros, que fazem parte da seção das raças de
apontadores do tipo continental.
Grupo VIII – Retrievers,
Levantadores e Cães D'água
Algumas das raças deste grupo, o oitavo das classificações
caninas, figuram entre as mais populares em todo o mundo.
Originalmente, os retrievers, ou recuperadores de caça, são
os cães responsáveis em buscar a presa abatida e trazê-la ao caçador.
Os levantadores de caça são aqueles cães que também
desempenham a função de espantar a presa para que possa ser avistada à
distância.
Algumas destas raças enfrentam facilmente qualquer tipo de
terreno, como por exemplo a maioria dos Spaniels. Outras tornaram-se especialmente
aptas a realizarem trabalhos na água, como o Cão D'água Português, o Barbet,
entre outras.
Criadas para desempenhar diversas funções nos trabalhos de
caça, ao longo do tempo estes cães também se tornaram conhecidos por serem
capazes de trabalhar em outras atividades com maestria.
Devido à notável facilidade de adestramento e ao excelente
faro, algumas destas raças de cães retrievers, levantadores e cães d'água, como
o Golden Retriever, o Labrador, entre outras, são utilizadas nos dias de hoje
em importantes funções, como cães guia, farejadores e cães de salvamento.
Grupo IX - Cães de Companhia
Grupo X - Cães Lebreis (galgos)
O nome Lebrél deriva de "lebre", e foi atribuído a
este tipo de cão, talvez por serem grandes velocistas, assim como o pequeno
animal silvetre, ou talvez porque a caça à lebre tenha sido uma das funções que
no passado eram confiadas a muitos cães deste tipo.
As raças deste grupo sempre representaram a aristocracia das
raças caninas. Durante séculos, os cães Lebreis, também chamados de Galgos,
foram companheiros de príncipes e soberanos.
Como costuma acontecer, as origens deste grupo canino são
remotas e muitas as teorias propostas. Seja como for, descendam de uma origem
comum e única ou de origens diversas, todos os lebreis apresentam as mesmas
características físicas.
Com aparência elegante, focinho comprido e afilado, patas
longas, peito estreito e profundo, músculos fortes, além de excepcional visão,
os lebréis são verdadeiras máquinas de corrida.
Os lebréis são apreciados hoje em dia principalmente como
cães de companhia e de luxo, embora algumas raças deste grupo continuem sendo
utilizadas para funções de caça, corrida e ainda outras atividades esportivas.
Grupo XI - Raças de Cães Não Reconhecidas pela FCI
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